quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Os desafios da sustentabilidade para o Brasil

Vivemos um momento único no Brasil, em que as evidências das mudanças climáticas e seus efeitos sobre a vida no país começam a ganhar mais destaque do que a própria crise financeira.
A sociedade civil tem se organizado para propor uma agenda nacional diferente daquela que vem sendo discutida oficialmente pelas entidades associativas e pelos partidos políticos, entre outros. Trata-se de movimentos que buscam pôr o Brasil na trilha do crescimento econômico com equilíbrio ambiental e justiça social, o tripé da sustentabilidade. Porém, as iniciativas são fragmentadas e precisam convergir para uma mesma agenda nacional.

Atores representativos da sociedade estão hoje reunidos para assumir compromissos de redução de emissões de CO2 e com sugestões ao governo brasileiro para a COP-15, a reunião mundial do clima que vai se realizar em Copenhague, no final do ano.

Engajados em trazer a sustentabilidade para plano principal do debate, ainda não conseguem constituir um todo orgânico que impulsione a cidadania a um avanço de consciência significativo em relação ao desenvolvimento sustentável. Falta uma força catalisadora que congregue essa e outras iniciativas futuras sob uma mesma égide.

Essa força é a expressão da sociedade organizada que pode adquirir múltiplas formas. Seja qual for, é inevitável que coloquemos a sustentabilidade no centro da agenda política.Não estamos mais no tempo de perguntar "se" é necessária uma economia verde, inclusiva e ética. É tempo de perguntar "como" adotá-la. Estamos falando de uma "nova" economia, de baixo carbono, que recupera, reúsa e recicla incontáveis vezes os seus recursos e insumos.

Não será uma economia "de" mercado, mas "com" mercado, na qual o consumo, consciente, será uma vertente, porém não a "razão de ser" dos negócios. A sociedade dela decorrente também terá outros valores e outras expectativas.

Assim sendo, qual o papel dos diversos agentes nessa economia?

Qual cidadania emergirá desse processo?

Qual o papel do Estado? A função da iniciativa privada? Essas são, na verdade, algumas perguntinhas incômodas a que precisaremos responder para definir qual país queremos: um país que cresce por crescer ou um país que se desenvolve para prover uma vida digna no presente e garantir o futuro das próximas gerações?

O governo brasileiro está avançando numa proposta de metas de redução dos gases-estufa até 2020, para apresentar na reunião do clima em Copenhague, no final do ano.

Se realmente conseguirmos adotar metas, vamos de fato assumir o protagonismo que devemos ter na construção do desenvolvimento sustentável em nível mundial.

E é isso o que demandam as diversas iniciativas sobre sustentabilidade existentes: que o país deixe de navegar na mesmice e assuma sua responsabilidade em ser parte importante na solução do dilema de civilização em que se encontra a humanidade.

Esta, então, é a hora das empresas socialmente responsáveis. É preciso atingir dois objetivos, um imediato e outro de médio e longo prazo.

O objetivo imediato é reunir todas as forças sociais para influenciar a posição brasileira em Copenhague. O país precisa liderar o movimento em favor do estabelecimento de metas globais de redução de emissões e de apoio ao mecanismo de redução de emissões por desmatamento e degradação (REDD).

O objetivo de médio e longo prazo é constituir um Fórum Nacional de Sustentabilidade, apolítico, suprapartidário, para forjar um programa/agenda com objetivos mínimos e planos de ação capazes de influenciar poderosamente o debate eleitoral do ano que vem.

Precisamos lembrar que é bem grande a possibilidade de quem se eleger em 2010 chegar até 2018. Portanto, terá sob sua responsabilidade a agenda de 2020, que deverá estabelecer as bases de uma nova economia verde, inclusiva e responsável.

A sociedade civil brasileira, que já superou grandes obstáculos para consolidar a democracia, vai precisar de sua melhor visão inovadora e de seu mais concentrado esforço de engajamento para superar diferenças, derrubar muros e erguer pontes rumo à sustentabilidade. (fsp - tendências/debates)
RICARDO YOUNG , 52, é presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

40 anos da TV Cultura, agora em HD TV

A Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura, lança oficialmente, nesta quarta-feira (26/08) em São Paulo, a Univesp TV (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), projeto elaborado em conjunto com a Unesp e o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, e o Multicultura, que irá reunir o acervo dos 40 anos da TV Cultura.

Os canais fazem parte da multiprogramação da Fundação Padre Anchieta, possível pela tecnologia da TV digital. A Univesp TV e o Multicultura chegaram a operar em formato experimental, mas tiveram que sair do ar no mês de março, a pedido do Ministro das Comunicações, Hélio Costa, sob alegação de que a TV não tinha autorização do ministério e que o Governo Federal não considera a TV Cultura uma emissora pública, para permitir que vários canais operem simultaneamente.

Agora, com o lançamento oficial, a Fundação Padre Anchieta tem direito a um outro canal, que ainda não foi definido, para completar a grade de quatro canais da multiprogramação.
A Univesp TV será dedicada à formação universitária, mas diferente das TVs Universitárias, a programação será produzida por profissionais. A proposta é transmitir aulas virtuais, conferências, debates e palestras.

No evento de lançamento, que acontece hoje, serão assinados convênios e lançados editais dos dois primeiros cursos semipresenciais da TV: graduação em Pedagogia e especialização em Filosofia, que a Unesp oferecerá no primeiro semestre de 2010, além de cursos semipresenciais de graduação e idiomas pelo Centro Paula Souza.

Para acessar os canais multiprogramação, como Multicultura e Univesp, o telespectador deve possuir um conversor de TV digital em seu aparelho e futuramente estará nos canais fechados de tv.

Enciclopédia online de biologia alcança as 170 mil espécies

Após ter um incremento de 140 mil artigos em apenas um ano, a Enciclopédia da Vida (EOL, eol.org) já pensa em catalogar todas as espécies conhecidas do mundo na próxima década e anuncia um novo investimento de US$12,5 milhões.

Inaugurada em 2007 a Enciclopédia da Vida é um site que de certa forma concorre com a Wikipédia, mas é totalmente voltada para a catalogação de espécies de seres vivos em um único lugar. A centralização visa evitar duplicidades e inconsistências e facilitará o trabalho de pesquisadores, cientistas e qualquer interessado em biologia.

Para funcionar a EOL declarou em sua abertura que precisaria de US$100 milhões para completar o projeto, e recebeu um investimento inicial de US$12,5 milhões. Segundo o site Guardian com a comemoração dos 170 mil artigos a EOL anuncia também a chegada de outros US$12,5 milhões, vindo de seus dois patrocinadores privados.

Mais de 1200 pessoas comuns, não pesquisadoras, e 250 especialistas de 200 países contribuíram com a enciclopédia interativa. Um grupo no Flickr (flickr.com/groups/encyclopedia_of_life) foi criado para que as pessoas possam enviar suas fotos de animais, plantas e outras espécies, que são depois enviadas à sua página correta.

Diferente da Wikipédia, cada uma das 170 mil páginas têm seu texto, imagens e vídeos averiguados por um especialista na área, para que nenhuma informação errada sobre uma espécie seja mantida.

De acordo com o site Pocket Lint a EOL espera alcançar o número de 1.8 milhões de artigos, abrangendo todas as espécies já catalogadas até hoje no mundo. Para incentivar as contribuições e tornar o site mais atraente a EOL disponibiliza 30 mil imagens e vídeos, integração com o Flickr, um perfil no Twitter, um widget para computadores e um aplicativo para iPhone.

O objetivo da EOL é permitir que qualquer pessoa possa utilizar sua base de dados, desde crianças a pesquisadores, como um ‘guia de campo’. O site também permitirá que voluntários ajudem na identificação de fotografias ou documentos de observação de animais avistados em áreas onde nunca haviam sido encontrados antes.

Segundo o site redOrbit a EOL já está sendo de grande valia e figura como base para vários estudos. Na América Latina, por exemplo, um morcego está sendo estudado com a ajuda da EOL para que o mistério de sua vida prolongada seja resolvido.

Na Europa cientistas usam a enciclopédia para tentar combater uma peste de traças que está fazendo com que castanheiras mudem sua coloração antecipadamente. “Está funcionando realmente bem, a comunidade de cientistas trabalhando em longevidade adotou a EOL. Estamos ganhando velocidade” declarou James Edwards, diretor executivo da enciclopédia, ao site Irish Times.

O desafio é grande, uma vez que os cientistas acreditam existir 100 milhões de espécies no planeta. Entre as ainda não descobertas ou documentadas, 20 mil novas espécies são catalogadas a cada ano. Para o futuro, a EOL espera expandir sua base de dados para abranger também fósseis de animais e produzir versões regionais com foco em locais específicos como Austrália, Países Baixos e China. (igtecnologia)

Há 400 anos, Galileu apontava o telescópio para o céu

Um invento que pode parecer trivial para muitos hoje em dia mudou a história da humanidade. No dia 25 de agosto de 1609, há exatos 400 anos, Galileu Galilei apontava para o céu estrelado da Itália o telescópio - adaptado por ele mesmo. E isso permitiu um salto e tanto na ciência.

Ao aprimorar a luneta - inventada um ano antes pelo holandês Hanz Lipperhey -, Galileu conseguiu o alcance suficiente (30 vezes) para visualizar a Lua de forma jamais antes vista por algum ser humano, observando montanhas e crateras. Não só isso, como ele foi o responsável pela descoberta do sistema de satélites de Júpiter , as manchas solares, as fases do planeta Vênus, a miríade de estrelas da Via Láctea e os anéis de Saturno (que, na época, pensou tratar-se de objetos como "asas" de uma xícara.

As observações do físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano quase o levaram à morte pela Inquisição da Igreja Católica. Ao descobrir os quatro satélites gigantes de Júpiter (chamados de luas de Galileu: Io, Calisto, Europa e Ganimedes) levaram Galileu a defender a teria heliocêntrica de Copérnico, que afirmava ser o Sol o centro do Universo - e não a Terra, como era aceito na época.

Com publicações de estudos catalogados no Index librorum prohibitorum (índice dos livros proibidos), o astrônomo foi obrigado pela Inquisição a não mais divulgar ou ensinar as teorias que correlacionavam às de Copérnico. Galileu morreu cego, mas ainda produtivo, na cidade de Florença, no dia 8 de janeiro de 1642, aos 78 anos. Em 1999, três séculos após sua condenação pela Igreja Católica, o italiano foi absolvido das acusações de heresia. (eBand)

Assista aqui, um trailer de um filme sobre galileu.

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