quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Aquecimento global ameaça vinhos franceses

A mais nova vítima do aquecimento global pode ser a indústria de vinho da França.

Segundo um relatório do Greenpeace divulgado na semana passada, se o atual índice de aquecimento global for mantido nos próximos anos, vai reduzir a área de plantio existente hoje ou ainda mudá-la de local. Cerca de mil quilômetros de vinhedos no mundo inteiro vão se deslocar na direção norte até o final do século, se forem mantidos os níveis de emissão de CO2 atuais.

No relatório Impactos das Mudanças Climáticas no Vinho da França (em inglês), o produto é descrito como um importante componente da herança cultural do mundo que já sente os impactos do aquecimento global, como tempestades e novas doenças. Os problemas podem piorar.

Entre as conseqüências do efeito estufa listadas no relatório estão as antecipações de colheitas por causa do calor que deixa as uvas com altos níveis de açúcar e álcool e baixa acidez, o que acaba deixando os vinhos com gosto e textura diferentes de sua “personalidade original”.

Em 2000, por exemplo, alguns Pinot Noir da região de Cote de Beaune apresentavam características típicas do vinho de outra região, a Côte Du Rhône. Em 2003, ondas de calor na Borgonha causaram uma queda de 37% na produção de vinho com relação ao ano anterior.

De acordo com o relatório, “essas mudanças colocaram o pedigree da produção de vinhos francesa em risco”. “Uma cultura que levou séculos para ser construída corre o risco de desaparecer completamente”, continua

A cultura de vinhos da frança é baseada no “terroir”. O terreno produtivo aliado a fatores biológicos, físicos e humanos que vão desde a quantidade de chuvas, ao tipo de solo, temperatura, técnicas de cultivo e cepa da uva. O aumento na temperatura poderia destruir safras.
Não são apenas os apreciadores de vinhos franceses que sofreriam com a quebra de produções. Por trás do renomado vinho francês existe uma indústria de 9 bilhões de euros. A segunda maior indústria do país, apenas atrás da produção de cereais.

Cerca de 190 mil pessoas dependem da indústria para receber seu salário e o principal produto exportado é o vinho.

O cenário é pessimista, mas é também exagerado. O exagero, no entanto, tem uma razão: pressionar os representantes das nações que devem se reunir em dezembro para um novo acordo climático. A organização acredita que os caros vinhos franceses, geralmente muito apreciados pelos governantes, comovam mais que os pobres ursos polares (info)

* leia aqui ( em francês), mais uma interessante matéria sobre o mesmo tema.

Combatendo o ozônio em ambientes fechados

Um dos principais componentes da poluição atmosférica, o ozônio é um gás incolor e altamente reativo formado quando o oxigênio reage com outros elementos químicos. Embora o ozônio seja mais frequentemente associado com o ar externo, ele também se faz presente em ambientes como casas e escritórios.

Ozônio costuma ser liberado por conta do funcionamento de diversos tipos de impressoras, fotocopiadoras, luzes ultravioleta e por alguns sistemas de purificação do ar. Como as populações em países industrializados passam em média mais de 80% de seu tempo em ambientes fechados, tal poluição tem sido encarada como um importante problema para a saúde pública.

O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas estimou em 1998 que mais de 2 milhões de pessoas morrem a cada ano devido à toxicidade do ar em ambientes fechados. Estudos apontam que o número de mortes por conta de problemas decorrentes da baixa qualidade do ar é 14 vezes maior em ambientes internos do que em externos. Entre os efeitos tóxicos do ozônio para a saúde humana estão edemas pulmonares, hemorragia, inflamação e redução da capacidade pulmonar.

Diante de tal cenário, diversos países têm buscado alternativas eficientes e cujo custo não torne suas aplicações inviáveis. Filtros de carvão ativado em aparelhos de ar condicionado reduzem os poluentes, mas seus custos de instalação e de manutenção são elevados.

Um grupo de cientistas da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, acaba de publicar os resultados de um estudo que avaliou os efeitos de três plantas comuns nos níveis de ozônio em ambientes fechados. O trabalho foi publicado na revista HortTechnology, da Sociedade Norte-Americana de Ciência da Horticultura.

Os pesquisadores utilizaram pés de espada-de-são-jorge (Sansevieria trifasciata), clorofito (Chlorophytum comosum) e jiboia (Epipremnum aureum), que têm rica folhagem e são de fácil manutenção.

Para simular escritórios e ambientes domésticos, os pesquisadores montaram câmaras em uma estufa equipadas com um sistema de filtragem do ar no qual as concentrações de ozônio pudessem ser reguladas e medidas.

Dados das câmaras foram registrados a cada 5 minutos após a aplicação de ozônio. Os resultados mostraram que as taxas de depleção do ozônio eram maiores nas câmeras que continham plantas do que em outras sem, usadas como controle. Não houve diferença significativa entre as taxas apresentadas pelas três espécies de plantas.

“Como a poluição do ar interno afeta grandemente os países, o uso de plantas como método de mitigação pode servir como uma alternativa eficiente e de baixo custo”, destacaram os autores.
Segundo eles, a alternativa seria ainda mais vantajosa para os países em desenvolvimento, nos quais alternativas tecnológicas de controle da qualidade do ar em ambientes fechados são muitas vezes economicamente inviáveis. (fapesp)

Câmera digital de código aberto abrirá novos campos para a fotografia

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, estão criando uma câmera digital de código aberto, o que significa que qualquer interessado poderá construi-la e escrever novos programas de controle para que a câmera funcione em modos customizados, atendendo exigências de aplicações específicas e permitindo novas experimentações em fotografia.
Hoje, quando alguém compra uma câmera digital, deve operá-la segundo o programa de controle interno que vem instalado de fábrica. Nada de baixar plugins, instalar novos filtros ou criar novas funções para captura e manipulação das fotos.
Na nova câmera, ao contrário, todas as características básicas - foco, exposição, velocidade do obturador, disparo do flash etc. - são controladas por um programa que pode ser livremente alterado por qualquer programador. "A premissa do projeto é construir uma câmera que seja de código aberto," diz o professor Marc Levoy, que está coordenando o desenvolvimento da câmera de hardware e software livres.

Batizado de Frankencamera, numa alusão ao Dr. Frankenstein e ao monte de equipamentos postos juntos no projeto, o equipamento terá um sistema operacional que poderá ser baixado livremente. Os desenvolvedores poderão tanto otimizar o sistema operacional da câmera quanto criar novos aplicativos para ela.
Será possível, por exemplo, experimentar novos ajustes e novas formas de respostas à luz e ao movimento, acrescentar funções para aplicações específicas, como a captura de imagens astronômicas, ou a criação de novos algoritmos para processar as imagens originais de formas inovadoras, como acontece hoje com os filtros de programas de manipulação fotográfica.
Segundo Andrew Adams, o responsável pela maior parte do trabalho de construção da Frankencamera, o seu sonho é que logo seja possível baixar aplicativos para a câmera digital open-source da mesma forma que os usuários do iPhone fazem hoje.

A Frankencamera de fato merece o nome. Ela foi construída com uma placa-mãe tudo-em-um da Texas, rodando Linux, dotada de uma pequena tela LCD. O processador digital de imagens foi retirado de um telefone celular Nokia N95 e as lentes vieram de uma máquina Canon velha. O corpo da máquina foi construído pelos pesquisadores.
Agora que o conceito está testado, o próximo passo da pesquisa será substituir as partes adaptadas por outras que possam ser compradas no comércio, de forma a facilitar a construção do equipamento pelos interessados. Os pesquisadores afirmam que deverão colocar o projeto inteiro na Internet dentro de aproximadamente um ano. (inovaçãotecnológica)

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